Arbusto de até 40 cm de altura, com caules vegetativos verdosos, de glabros a glabrescentes e caules floríferos patentes e divergentes. Folhas dos caules estereis agrupadas em fascículos, com folhas axilares subcilíndricas, tuberculado-denticuladas, glabras ou glabrescentes e uma folha axilante plana, pectinado-pinnatifida, glabra ou escassamente pilosa. Folhas dos caules fertís pectinado-pinnatifidas, reduzindo-se o tamanho e o número de pinnas desde as basais às superiores. Capítulos solitários subglobosos, com flósculos (ou flores) amarelo-alaranxados. Brácteas do involucro dispostas em três séries: as externas lanceoladas, glabrescentes; médias e internas espatuladas, com margem escarioso estreito e lacerado no ápice, escassamente pilosas. As diferenças principais com Santolina semidentata (da qual derivou) são o hábito prostrado, com caules floríferos patentes e divergentes em lugar de erectos, as folhas com um número menor de tubérculos e lóbulos e a escassa pilosidade.

É uma espécie xenógama, com polinização entomófila xeralista. A producción de frutos pode verse afectada pela presença de um díptero que parasita à espécie desenvolvendo as suas larvas no aquenio [1].

2n=18 [2]

VI-VIII

Endemismo galego, restringido ao afloramento serpentínico da comarca de Melide. A sua população localizasse nas bacías do rio Ulla e o seu afluinte o rio Seco, nos limites entre as províncias da Corunha e Lugo (Santiso e Palas de Rei).

Pastizais vivaces pioneiros dos solos esqueléticos e pedregosos desenvolvidos sobre rochas ultrabásicas, em zonas de carácter termófilo, em altitudes de 300 a 400 m. Trata-se de solos pouco productivos pelo elevado conteúdo em metais como Ni e Cr, e pela escassez de nutrintes disponíveis. Como espécies acompanhantes encontram-se vários serpentinófitos e endemismos galegos: Sagina merinoi, Alysum serpyllifolium, Koelearia rodriguez-graciae, Centaurea gallaecica, Euphorbia exigua subsp. merinoi Leucanthemum gallaecicum e Armeria merinoi.

Também pode colonizar solos removidos para labores agrícolas e taludes das pistas florestais.

A presencia da espécie exténdese numa área de 800 hás, devendo ser considerada uma única população. Nesta área de distribuição pode aparecer em núcleos de elevada densidade nos que é a espécie dominante ou bem tratar-se de exemplares dispersos que medram em claros do matagal e bordes de caminhos. A dinâmica natural mostra uma população estável obrigado principalmente a lonxevidade dos exemplares adultos. A taxa de reclutamento de novos exemplares é relativamente baixa (80 % de indivíduos adultos), porém a percentagem de plântulas e vegetativos eleva-se rapidamente na recolonización de habitats alterados (desbroces, lumes, roturacións, ?).

As alterações do habitat que sofreu esta área nos últimos trinta anos supôs o desaparecimento de mais da metade da população.

A principal ameaça é a transformação do seu habitat para aproveitamento agrícola e florestal. As transformações realizadas são em muitos casos irreversibeis, principalmente quando o objectivo é a criação de cultivos de forraxe, já que se leva a cabo uma retirada do substrato rochoso com maquinaría pesada para dar-lhe mais profundiade ao solo.

A abertura de novos caminhos, ampliação dos existentes ou novos planos de concentração parcelaria poderiam acelerar o processo de transformação se não se realiza uma protecção efectiva da espécie e do seu habitat.

A população localiza-se na sua maior parte na ZEPVN Serra do Careón. Desde a Direcção-Geral de Conservação da Natureza já se tem realizada a memória técnica para a implementación de um plano de conservação e recuperação da espécie e se incluirá a espécie num programa de seguimento que desenvolverá o pessoal da gardería ambiental.

A custodia do território, bem desde a administração pública ou por entidades privadas, sugere-se como a melhor alternativa para a conservação de uma espécie que apresenta um área de distribuição tão pequena.

Medidas complementares seriam o seguimento detalhado das populações, o estudo de como lhe podem afectar os diferentes tipos de manejo silvícola, a inclusão periódica de amostras em bancos de germoplasma e programas de sensibilização e educação ambiental.

Filoxenéticamente a espécie faz parte de um complexo de espécies muito próximas, o agregado Santolina rosmarinifolia L. Este grupo diversificou recentemente na península ibérica e no norte da África, e muitos dos taxons que o formam poderiam ser tratados com o rango de espécie ou subespécie. Estudos morfológicos e citolóxicos recentes sugerem que Santolina melidensis derivou por isolamento de Santolina semidentata [2,3] pelo que em caso de optar pelo tratamento como subespécies deveria optar pela combinação, Santolina semidentata subsp. melidensis

1] Carbajal, R. & M. Serrano , 2003. Santolina melidensis (Rodr.Oubiña & S.Ortiz) R. Oubiña & S.Ortiz, In: Bañares, À, G. Blanca, J. Güemes, J. C. Moreno & S. Ortiz, eds. Atlas y Livro Rojo de la Flora Vascular Amenazada de Espanha: 478-479. Taxones Prioritários. Direcção General de Conservação de la Naturaleza. Madrid. 

[2] Rivero-Guerra, A.O. ,2009. Cytogenetics, geographical distribution, pollen stainability and fecundity of ?vê diploid taxa of Santolina rosmarinifolia L. aggregate (Asteraceae: Anthemideae). Plant Systematics and Evolution 281: 17?34

 [3] Rivero-Guerra, A.O. & M. Laurin, 2012.)Phylogenetic analysis of the Santolina rosmarinifolia aggregate (Asteraceae: Anthemideae: Santolininae) based on morphological characteristics. Nordic Journal of Botany 30: 1-13

[4] López Udías, S., C. Fabregat & G. Mateo, 1997. Santolina ageratifolia Barnades ex Asso (Compositae) y ele agregado S. rosmarinifolia L. Anales Jard. Bot. Madrid 55 (2): 285-296