Planta perene, com caules de 20 a 150 cms de altura, trígonos, com as caras cóncavas ou planas. As folhas inferiores estão reduzidas a vagem, e apresenta de 1-4 folhas superiores de secção em ?v?, com lámina mais ou menos rígida e que podem alcançar os 75 cms. Inflorescência num fascículo com 1-6 espiguetas, não pedunculadas, com uma bráctea inferior de até 15 cm que parece uma prolongación do caule. E uma espécie anemófila com reproducción principalmente por estollos, já que apesar de apresentar uma elevada producción de sementes a taxa de germinação é baixa [1,2].  . 

Amplamente distribuída a nível mundial, está presente a América do Norte, Nova Zelanda, Austrália e Europa ocidental. Na Península Ibérica aparece num número reduzido de localidades, distribuidas pela costa cantábrica e na fachada atlântica desde o centro de Portugal ate as Rias Baixas galegas, junto com alguma população de interior nas províncias de Lugo, La Rioja e na Beira Litoral

Localiza-se em xunqueiras e prados de zonas húmidas, principalmente em esteiros e lagoas costeiras de água salgada, ainda que também está presente a lagoas e brañas no interior, embalses e zonas remansadas de rios. Nestes médios encontra no limite das zonas de inundação, pelo que vive semisumerxida grande parte do ano mas também pode suportar compridos períodos de seca [2].

Entre as espécies acompanhantes encontranse Halimione portulacoides, Bolboschoenus maritimus, Juncus maritimus, Limonium vulgare, Atriplex prostrata e Cladium mariscus.

Tem-se constatado que a espécie se encontra em regressão na faixa cantábrica da Península Ibérica sendo as causas de desaparecimento de localidades principalmente o desenvolvimento de infraestructuras humanas e a presença de espécies invasoras [3]. Ainda que exista uma tendência regressiva geral na Península Ibérica, por enquanto pode considerar-se comum no centro de Portugal, com populações estáveis. No nosso território conservam-se um total de 11 populações, depois do desaparecimento de duas localidades nas proximidades de Porto e não ter sido observada no esteiro do rio Ulla. A maioria destas populações localizam-se em espaços protegidos, porem a sua conservação não está garantida. Asi, muitas das populações conhecidas apresentam um número de exemplares muito reduzido na actualidade (Minho, Louro, A Atirada, Begonte), apresentando um elevado risco de desaparecimento devido à pressão à que estão submetidos estes meios.

Entre as ameaças destacam os problemas que ocasiona a presença de espécies invasoras como Stenotaphrum secundatum, Paspalum sp. pl., Tradescanthia fluminensis ou Bacopa monnieri.

Para a conservação da espécie deveriam elaborar-se planos de erradicação das espécies invasoras, recolher sementes em bancos de germoplasma e aplicar medidas de protecção activas nos seus habitats.

Autores da ficha: Roi Carvalhal e Paulo Alves.

1] M. Luceño, S. Castroviejo & M. P. Jiménez, 2008. Schoenoplectus (Rchb.) Palha  in Castroviejo, S., C. Aedo, C. Benedí, M. Laínz, F. Muñoz Garmendia, G. Nieto Feliner & J. Paiva. Flora iberica Vol. XVIII: 42-50. Real Jardín Botânico

[2] Stevens, M., Hoag, C., Tilley, D. & L. St. John, 2012. Plant Guide for common threesquare (Schoenoplectus pungens). USDA-Natural Resources Conservation Service, Aberdeen Plant Materials Center. Aberdeen, Idaho 8321. (##Schoenoplectus pungens##)

[3] Díaz González, T.E., M. A. Fernández Casado H. Nava Fernández, 2003. Scirpus pungens Vahl in Bañares, À, G. Blanca, J. Güemes, J. C. Moreno & S. Ortiz, eds. Atlas y Livro Rojo de la Flora Vascular Amenazada de Espanha. Taxones Prioritários: 842-843. Direcção General de Conservação de la Naturaleza. 1072 pp (##Schoenoplectus pungens##)